Pessoas com altas habilidades, também conhecidas como superdotadas, são indivíduos que demonstram habilidades ou capacidades significativamente acima da média em uma ou mais áreas, como intelectual, criativa, artística, psicomotora ou social.
A superdotação pode se manifestar de diferentes maneiras, e esses indivíduos muitas vezes possuem uma capacidade excepcional de compreensão, resolução de problemas, pensamento crítico, inovação e criatividade.
O que são altas habilidades? 3 abordagens científicas
Vamos entender como três áreas de estudos encaram o tema altas habilidades. São elas:
Psicologia
Neurociência
Neurologia
Psicologia
Na Psicologia, a superdotação é frequentemente avaliada por meio de testes de inteligência (QI) e outras formas de avaliação cognitiva e comportamental. Um indivíduo é geralmente considerado superdotado se possui um QI superior a 130. No entanto, a superdotação não se limita apenas ao QI.
A psicologia também considera aspectos como a motivação, a resiliência e as características emocionais desses indivíduos. Crianças superdotadas podem apresentar desafios específicos, como o perfeccionismo, a sensibilidade emocional e a dificuldade de se relacionar com pares de idades semelhantes, o que pode requerer apoio psicológico especializado.
Neurociência
A neurociência investiga a base neurológica da superdotação, explorando como o cérebro desses indivíduos pode diferir em termos de estrutura e função. Pesquisas sugerem que pessoas superdotadas podem ter conectividade neural mais eficiente em certas áreas do cérebro, especialmente aquelas relacionadas ao processamento de informações, memória e resolução de problemas.
Há também indicações de que o cérebro dessas pessoas pode processar informações de maneira mais rápida e eficiente. Estudos de neuroimagem mostram que, em algumas situações, pessoas com altas habilidades utilizam diferentes partes do cérebro para realizar tarefas comparado a pessoas com habilidades na média, o que pode explicar suas habilidades excepcionais.
Neurologia
A neurologia foca nos aspectos biológicos e médicos relacionados à superdotação. Estudos apontam que, em alguns casos, pessoas com altas habilidades podem apresentar atividade cerebral mais intensa em determinadas áreas, como no lobo frontal, que está associado ao planejamento e ao pensamento abstrato.
Além disso, há indícios de que a plasticidade cerebral, que é a capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar em resposta a novas informações, seja mais pronunciada em indivíduos superdotados.
No entanto, a neurologia também reconhece que a superdotação pode vir acompanhada de algumas condições comórbidas, como transtornos de atenção, dislexia ou transtornos de ansiedade, o que destaca a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no estudo e no apoio a esses indivíduos.
Superdotados só tiram notas boas na escola?
Não necessariamente. Embora muitos estudantes com altas habilidades possam tirar boas notas, a superdotação não se traduz automaticamente em desempenho acadêmico excelente. Vários fatores podem influenciar essa relação:
Interesses e Motivação: Um aluno superdotado pode ter uma grande capacidade em áreas específicas, mas se não estiver interessado na matéria ou não encontrar desafios adequados, seu desempenho acadêmico pode não refletir sua verdadeira capacidade. A motivação e o interesse são fatores cruciais para o sucesso acadêmico;
Ambiente Escolar: O ambiente escolar e o currículo podem não ser adequados para atender às necessidades e interesses de um aluno superdotado. Se o material for muito fácil ou não for suficientemente estimulante, o aluno pode se desmotivar e não se destacar nas notas;
Diferenças de Habilidades: Superdotados podem ter habilidades excepcionais em áreas específicas (como matemática, música ou artes), mas podem não se destacar em outras áreas. Por exemplo, um aluno pode ser brilhante em ciências, mas ter dificuldades em línguas ou em outras disciplinas;
Aspectos Emocionais e Sociais: Alunos com altas habilidades podem enfrentar desafios emocionais e sociais que afetam seu desempenho acadêmico, podendo se sentir isolados, ter dificuldades em relacionar-se com colegas ou enfrentar pressão para se destacar;
Expectativas e Estilo de Ensino: A forma como os professores reconhecem e estimulam a superdotação também influencia o desempenho acadêmico. Um estilo de ensino que não considera a individualidade e as necessidades dos alunos superdotados pode não extrair o melhor deles.
Sendo assim, ser superdotado não garante automaticamente boas notas, e um bom desempenho acadêmico é apenas um aspecto do potencial de uma pessoa. A superdotação é uma característica multifacetada, conforme dito anteriormente, que pode se manifestar de várias maneiras e pode exigir uma abordagem educacional adaptada para desenvolver plenamente o potencial do aluno.
Conclusão
Em resumo, a superdotação é um fenômeno complexo e multifacetado que envolve não apenas altos níveis de inteligência, mas também aspectos emocionais, sociais e neurobiológicos. As abordagens em psicologia, neurociência e neurologia são complementares e essenciais para uma compreensão mais completa e para o apoio adequado às necessidades das pessoas com altas habilidades.
Davi Valukas - Alpha EdTech
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