“Desde a revolução industrial, nunca mais as empresas questionaram o design do trabalho, quais atividades são realizadas, onde são realizadas ou quando e como desconstruímos o trabalho para que seja desempenhado de maneira ideal”. Nickle LaMoreaux, diretora de RH da IBM
A gestão de talentos vem mudando nos últimos anos. A primeira prova disso é o próprio termo “gestão de talentos”, que antes não existia, já que o RH, o antigo DP (departamento pessoal) era meramente uma área responsável pela papelada dos funcionários, para dar vazão à burocracia necessária.
O que hoje chamamos de gestão de talentos (ou gestão de pessoas) era feita pelos próprios gestores de cada área (o que não é de todo errado, visto que estes são os superiores imediatos dos colaboradores da empresa), e não tinha um nome específico.
Quando o RH passou a ser visto não como uma área meramente burocrática, mas como uma área parceira de todas as outras áreas, sendo, portanto, responsável pela criação, implementação e metrificação de estratégias de gestão de pessoas, a partir dos estudos da psicologia organizacional, a visão sobre o assunto começou a mudar, a passos lentos é verdade, mas começou a mudar.
Com a chegada dos anos 90, veio com ele o início da transformação digital e da IV Revolução Industrial, que difere das anteriores pelo fato de não criar nenhuma tecnologia nova, mas de modificar radicalmente a forma de se utilizar o que já havia sido implementado na III Revolução Industrial, ou seja, a tecnologia da informação.
Com a transformação digital, vieram também a globalização e a necessidade de um novo olhar para as pessoas que compõem as organizações. Inclusive, elas passaram a ser vistas como o ativo mais importante das empresas, o que também foi chamado de capital humano.
Para entender melhor essa mudança da visão organizacional sobre pessoas, clique aqui e leia o relatório do LinkedIn intitulado “Tendências globais de talentos 2022: a reinvenção da cultura corporativa”.
E por falar em tendências globais, eu separei três delas para que você possa entender esse novo olhar mercadológico humanizado. São elas:
Flexibilidade
Bem-estar
Reestruturação pós-pandemia
Mas antes de vermos em detalhes cada uma dessas três tendências, vamos dar uma olhada no conceito de RH 4.0, também chamado de HR Tech.
Continue comigo!
RH 4.0: tecnologia no RH
O termo RH 4.0 (ou HR Tech) é a área de Recursos Humanos que tem seus processos completamente otimizados pelas aplicações tecnológicas.
Contudo, não se trata apenas de inserir elementos de informática nos processos. O RH 4.0 não se resume à utilização do computador no lugar de pilhas de papéis, ou de usar softwares no lugar de planilhas.
O principal fator aqui é a mudança de mentalidade. O RH 4.0 é uma nova forma de pensar a gestão de pessoas e todos os processos que são desempenhados pelos diversos subsistemas de RH, como recrutamento e seleção, admissão e demissão ou homologação, para citar alguns exemplos.
O RH 4.0 está diretamente ligado ao conceito de mercado 4.0, que é o mercado resultante da globalização e da IV Revolução Industrial, em que a tecnologia deixa de ser uma opção e passa a ser uma necessidade fundamental.
Dessa forma, o RH 4.0 está bastante fundamentado não apenas em tecnologia, mas em ciência de dados e pesquisas.
Agora que você já entendeu em que contexto está inserida a nova gestão de talentos, vamos conhecer um pouco de cada uma das três tendências que eu citei um pouco acima.
Bora lá?
Flexibilidade
A flexibilidade será um elemento cada vez mais comum nas empresas. E foram as empresas de tecnologia que deram o primeiro passo nessa direção.
Desde o horário de trabalho, passando pela estrutura física dos escritórios até a utilização de uniforme, tudo está passando pela tendência da flexibilidade.
Nas empresas que seguem uma filosofia ultrapassada, tais elementos são inegociáveis, pois isso seria considerado uma forma de dar muito poder ao funcionário. Nessas organizações, há uma excessiva preocupação com o cumprimento de horário, quando é a produtividade quem deveria ser o carro-chefe.
Eu não vou falar sobre o trabalho remoto agora, pois vou abordar esse tema na terceira tendência, mas também podemos considerá-lo como um tipo de flexibilização. Mas antes disso, vamos falar um pouco sobre bem-estar, clima organizacional e produtividade.
Bem-estar
A segunda tendência global é a do bem-estar. Há diversas pesquisas que apontam que o aumento saudável da produtividade está diretamente ligado ao bem-estar.
Segundo a Gaya Bem-estar, empresa que atua com cursos e práticas voltados a esse tema, 5 dicas podem ajudar a aumentar o bem-estar e, consequentemente, a produtividade do time. São elas:
Crie uma cultura de respeito dentro da empresa
Promova melhorias no espaço de trabalho
Escute as queixas dos colaboradores
Dê atenção à saúde mental de todos
Invista em atividades que promovam o bem-estar
Repare que todas as dicas passam pela humanização. Em um mercado totalmente imerso em tecnologia e transformação digital, pode soar um pouco estranho falarmos em humanização, mas estes são dois pilares complementares no mercado do futuro: se um dos dois ruir, o sistema não se mantém de pé.
O Modelo PIFE, recém implantado pela Recrutei, uma de nossas empresas parceiras, aposta em uma visão sistêmica e integral do ser humano para o atingimento do bem-estar e de um clima organizacional positivo para uma produtividade sustentável.
Significado da sigla PIFE:
Profissional
Intelectual
Físico
Emocional
Com uma visão igualmente importante dos quatro itens supracitados, a empresa cria um modelo de apoio aos colaboradores, como o financiamento (integral ou parcial) de cursos, leituras, prática de atividades físicas e terapêuticas, que podem ser reforçadas através de um sistema de pontuação que motiva os profissionais a se engajarem.
Clique aqui para ler um artigo completo sobre o Modelo PIFE.
Reestruturação pós-pandemia
Como eu adiantei um pouco acima, vamos finalizar falando sobre a nova estrutura organizacional pós-pandemia.
Todos sabemos que a pandemia da Covid-19 acelerou algumas mudanças que já eram esperadas no mercado, e a mais óbvia delas é a utilização da tecnologia para mitigar as dificuldades do contato físico (no caso da pandemia, por conta do isolamento social).
Aqui, vale citarmos o caráter disruptivo de algumas aplicações, que impactaram algumas áreas como:
Mobilidade urbana e delivery: Uber, Ifood, 99, Ubereats etc.
Trabalho remoto: Google Meet, Zoom, Teams etc.
Saúde e atividades físicas: telemedicina e apps de exercícios etc.
Falando especificamente do mercado de trabalho, o trabalho remoto, conceito bem mais amplo que o de home office (trabalho em casa), já que diz respeito ao trabalhar de qualquer lugar (sendo sua casa, seu carro, um coworking, uma praia, uma casa no campo ou qualquer outro lugar), veio para ficar.
Como eu disse na primeira tendência, o trabalho remoto também é uma forma de flexibilização, mas merece um tópico à parte, dada sua peculiaridade.
Para finalizar
Em suma, a gestão de talentos vem mudando, e é preciso estar antenado a isso, seja você um gestor ou um talento em busca de recolocação profissional.
Espero que esse artigo tenha te ajudado a enxergar esse tema tão atual com um pouco mais de profundidade. A partir daqui você pode fazer mais pesquisas e descobrir mais tópicos importantes sobre o mercado de trabalho do futuro!
Nos vemos no próximo artigo. Até lá!
Davi Valukas - Alpha EdTech
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